Outros lugares de exploração contínua que se encontram no olho crítico - tanto do artista como do espectador -, plasmados através de diversas imagens descontextualizadas de sua origem; edificações localizadas em capitais europeias que aludem a um turismo visual e que levam o espectador a uma busca insaciável de seus conteúdos.
Na continuação apresentamos a série "O Outro Lugar", do arquiteto, fotógrafo e artista, Robert Montilla.
A arquitetura contemporânea, diferente dos séculos anteriores, expõe desenhos muito próximos do habitat e das edificações da ficção científica, talvez o filme "Metropolis" de Fritz Lang (1927) apresenta essas edificações com mais força que qualquer outro filme.
Partindo desta visão do expressionismo alemão, apresenta-se esta série fotográfica, onde a descontextualização e transformação de uma cidade dão o passo a outras novas cidades, sendo um exercício criativo que ao se observar pela primeira vez evoca edifícios futuristas ou elementos de ficção científica, mas através de um olhar minucioso tornam-se visíveis ícones arquitetônicos das capitais europeias.
Apresenta-se uma arquitetura genérica, transformada a partir da tecnologia, essa mesma arquitetura de formas recorrentes que se apresentam hoje em dia, imagens que convidam a uma reflexão sobre a condição original do próprio edifício e sua transformação.
Uma arquitetura maquínica, adaptada à revolução industrial, talvez como afirmou Le Cobursier à Villa Savoye, “A casa é uma máquina para viver" … Aqui ficam algumas máquinas que talvez poderão ser habitadas no futuro.
* Robert Montilla. Arquiteto de profissão, formado pela Universidade Central da Venezuela (2005), transforma o seu olhar pela paixão por Fotografia e Artes Plásticas, cursou na Escola de Artes Plásticas Marín Tovar y Tovar (2009), e na Universidade de Buenos Aires (2011). Em seu desempenho dentro dos ateliês da UCV como docente seus trabalhos estiveram orientados à concepção vinculada à fabricação, reinterpretando e explorando novos usos a materiais nobres e convencionais. Sua dedicação à pesquisa plástica e à experimentação cria um forte compromisso com sua época e sua realidade. Isto é percebido na fidelidade de seus conceitos e no caráter sensível e pessoal de suas obras.